As desigualdades extremas do Brasil - estruturadas a partir do racismo, da opressão de gênero e de uma concentração extraodinária de renda, riqueza e poder - não são naturais. Elas resultam da nossa estrutura econômica e tributária, assim como de políticas públicas e ações da sociedade construídas ao longo do tempo e que, portanto, podem e devem ser desconstruídas.
Para superar as nossas desigualdades, é preciso, por exemplo, repensar nossa política tributária, para que quem tem mais dinheiro pague mais impostos; aperfeiçoar o nosso sistema político para que grupos como mulheres, pessoas negras e povos indígenas tenham mais representação; rever políticas de austeridade para garantir serviços públicos de qualidade para todas e todos; pensar em políticas de reparação a grupos historicamente excluídos, tais como as pessoas negras; garantir que nossas políticas e instituições de segurança pública de fato sejam voltadas à proteção da vida de todas as nossas cidadãs e cidadãos; entre muitas outras medidas.
Só conseguiremos superar as nossas desigualdades, o racismo e a opressão de gênero, contudo, por meio de uma ação articulada e solidária de toda a sociedade.
A pandemia de Covid-19 não apenas deixou essas injustiças mais evidentes como acirrou esse quadro. Não é possível mais adiar a tarefa de transformar o combate às desigualdades em prioridade nacional. Convidamos todas e todos que trabalham pela redução das desigualdades a se unir a nós nesse esforço conjunto por um país mais justo.
Quem somos
A ABCD é uma rede de ativistas, coletivos, movimentos sociais, culturais e religiosos, povos indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, acadêmicas/os, articulações setoriais e organizações da sociedade civil comprometida com a redução das diversas desigualdades brasileiras: racial, de gênero, de renda, territorial, social, ambiental, política e de acesso e expressão cultural. Não se trata de uma nova organização, e sim de uma articulação da sociedade civil para diminuir a fragmentação e a dispersão dos que lutam para reduzir as desigualdades no Brasil.
O que queremos
Os propósitos da ABCD são transformar a redução das desigualdades em prioridade nacional, tanto nas ações dos governos quanto nas dos legislativos, do Judiciário, das organizações da sociedade civil, dos movimentos, das empresas e das cidadãs e cidadãos brasileiros; e atuar na construção de um Brasil mais justo e equitativo, que combata as desigualdades em suas mais diversas facetas a partir de uma articulação ampla com atores e atrizes sociais diversos, nos âmbitos local, estadual, regional e nacional.
Como atuamos
A atuação da ABCD se dá em rede, por meio de ações diversas e complementares. Entre elas, estão a realização de iniciativas conjuntas e/ou complementares de combate às desigualdades; a divulgação de dados e análises para subsidiar o debate sobre esse tema na esfera pública; a disseminação de informações em formatos inovadores; e ações culturais de comunicação e mobilização.
Algumas iniciativas de combate às desigualdades nas quais as organizações da ABCD estão envolvidas.
Junte-se a nós.
A ABCD acredita que a desigualdade só será superada com uma ação conjunta de toda a sociedade. Caso queira fazer parte desse esforço coletivo, entre em contato conosco.
As 270 organizações e redes que compõem a campanha Renda Básica Que Queremos, que, em articulação com deputados da oposição, conseguiram fazer com que fosse aprovado o auxílio emergencial de R$ 600 durante os primeiros meses da pandemia de Covid-19, agora pressionam por uma política de renda básica permanente.
Nesta fase da campanha, as organizações propõem parâmetros para orientar uma política de renda básica pautada por quatro princípios: o da renda como direito humano, fundamental e indivisível dos demais; o da política de Renda Básica como vetor de redução de desigualdades raciais e sociais; o da solidariedade em relação ao seu financiamento; e o do reconhecimento de que o programa Bolsa Família precisa ser ampliado e deve ser a base para implementar um renda básica permanente.